terça-feira, 26 de junho de 2012

A função "pedagógica" da literatura infantil



Sabe-se que a relação do adulto com a leitura é fundamentada na importância   que tal hábito possa proporcionar, e, sobretudo na função bem definida de “ensinar algo àquele que lê”.
Nesse sentido, procura impor essa concepção – no que a escola também o faz – às crianças em seu contato com a literatura. No entanto, esta deve ser vista como lazer, ou seja, o prazer de ler é o que deve mover os educadores, ou os pais, quando da apresentação de um livro para a criança.
Nada mais eficaz para afastar a criança da literatura que fazê-la ler por obrigação, ou pior, ler para conseguir uma nota, através das respostas das tão famigeradas – e tão comumente empregadas na escola – fichas de leituras; nada mais eficaz para aproximá-la, que fazê-la ler por diversão, sem cobranças ou finalidades outras para quais a literatura não serve.
Pedagogicamente, (se é que se pode falar assim) deve ser explorada a ludicidade da criança ao ler o texto – principalmente as de idade menor – pois os jogos e as brincadeiras são elementos desenvolvedores das funções cognitivas e possibilitam que ela (a criança) construa seu conhecimento de mundo.
Dinâmicas como o “contar e recontar” a história; o “desenhar”, contribuindo para demonstrar a percepção e suas ressignificações; as “competições”, nas quais a sala poderia ser dividida em dois grupos que desenvolveriam atividades relativas ao texto, como reescrevê-lo com suas palavras ou, com massa de modelar, moldar seus elementos significativos acerca da história lida, são meios que podem contribuir para despertar a relação prazerosa com a literatura.
Distanciar-se do real e vivenciar o imaginário pelo desafio, fantasia e curiosidade, são os melhores caminhos na formação dos pequenos leitores.


                                                         Lúcio Torres